
Os acidentes são a principal causa de morte entre as crianças de 1 a 14 anos, no Brasil. Nos bebês menores de 1 ano, a sufocação e o engasgo representam a principal causa de morte e as quedas a principal causa de internação por motivos acidentais. Veja a seguir, algumas dicas importantes de prevenção!
Prevenindo engasgo com alimento
• Corte os alimentos em pedaços de tamanho adequado na hora de alimentar a criança;
• Não dê alimentos redondos e duros, como uvas, pipoca, cenoura crua e nozes para crianças;
• Ensine a criança a comer sentada e com a boca fechada. Isso ajudará a prevenir que a criança tente falar e comer ao mesmo tempo;
• Não use telas como distração durante as refeições
Prevenindo engasgo com brinquedo
• Ao escolher os brinquedos para uma criança, siga as recomendações do fabricante e procure brinquedos com selo de qualidade;
• Brinquedos para crianças maiores podem ser perigosos para as menores e devem ser guardados separadamente;
• Inspecione regularmente os brinquedos à procura de danos que podem resultar em algum acidente enquanto a criança os manuseia;
• Evite utilizar bexigas. Não permita que crianças encham balões e tenha muito cuidado com os pedaços de bexigas estouradas, pois podem ser acidentalmente ingeridos pelas crianças e ocasionar sérias consequências;
Prevenindo a sufocação no berço
• Use berços certificados e que sigam as normas de segurança da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas);
• Verifique se as grades de proteção do berço estão fixas e se a distância entre elas não é maior do que 6 cm;
• Bebês devem dormir em colchão firme, de barriga para cima, de preferência com uma roupa confortável e o mantenha aquecido sem precisar de cobertor ou manta. Caso seja necessário uso de cobertor, o mesmo deverá estar preso embaixo do colchão e os bracinhos do bebê para fora. O colchão deve estar bem preso ao berço (não mais que dois dedos de espaço entre o berço e o colchão) e sem qualquer embalagem plástica;
• Remova do berço todos os brinquedos, travesseiros, cobertores, protetor de berço e qualquer outro objeto macio quando o bebê estiver dormindo;
Prevenindo as quedas
• As crianças devem brincar em locais seguros. Escadas, sacadas e lajes não são lugares para brincar;
• Use portões de segurança no topo e na base das escadas e corrimão. Caso a escada seja aberta, instale redes de proteção ao longo dela;
• Instale grades ou redes de proteção nas janelas, sacadas e mezaninos;
• Mantenha camas, armários e outros móveis longe das janelas;
• Cuidado com pisos escorregadios e coloque antiderrapante nos tapetes;
• Crianças com menos de seis anos não devem dormir em beliches;
• Nunca coloque o bebê conforto em lugares altos, com superfícies lisas e escorregadias, como mesas e balcões;
• Nunca deixe um bebê sozinho em mesas, camas ou outros móveis, mesmo que seja por pouco tempo;
• O uso de andadores não é aconselhado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Além de comprometerem o desenvolvimento saudável da criança, podem causar sérias quedas;
• Ao andar de bicicleta, skate ou patins, o capacete é o equipamento fundamental. Ele pode reduzir o risco de lesões na cabeça em até 85%;
• Crianças devem ser sempre observadas quando estiverem brincando nos parquinhos;
Prevenindo o afogamento
• Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água. É imperativo a presença de um adulto supervisionando de forma ativa e constante o tempo todo;
• Ensine as crianças que nadar sozinhas, sem ninguém por perto, é perigoso;
• O colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para evitar afogamentos;
• Muitos casos de afogamentos acontecem com pessoas que acham que sabem nadar. Não superestime a habilidade de crianças e adolescentes;
• Crianças devem aprender a nadar com instrutores qualificados ou em escolas de natação especializadas. Se os pais ou responsáveis não sabem nadar, devem aprender também;
• Fique atento! Crianças pequenas podem se afogar em qualquer recipiente com mais de 2,5 cm de água ou outros líquidos, seja uma banheira, pia, vaso sanitário, balde, piscina, praia ou rio;
• Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças ou simular que estão se afogando quando estiverem na piscina, lago, rio ou mar;
• Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m de altura e portões com cadeados ou trava de segurança. Atenção! Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes;
• Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;
• Ensine as crianças a respeitarem as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e a verificarem as condições das águas abertas;
• Depois do uso, mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças, baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis;
• Deixe a porta do banheiro e da lavanderia fechada ou trancada por fora e mantenha a tampa do vaso sanitário baixada (se possível, lacrada com um dispositivo de segurança);
• Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos sempre trancados;
Prevenindo a intoxicação
• Guarde todos os produtos de higiene e limpeza, venenos e medicamentos trancados, em lugar alto e fora do alcance das crianças;
• Mantenha os produtos tóxicos em suas embalagens originais para não confundir as crianças;
• Dê preferência por produtos cujas embalagens possuam tampas de segurança a prova de abertura por crianças;
• Quando adquirir um brinquedo ou qualquer outro produto para a criança, certifique-se que ele é atóxico, ou seja, que não contenha componentes tóxicos;
• As tintas do berço e da parede de sua casa podem conter substâncias tóxicas, como chumbo e monóxido de carbono, que fazem mal à saúde da criança. Por isso, preste atenção à composição das tintas utilizadas em sua residência;
• Jogue fora os medicamentos com data de validade vencida e outros venenos potenciais. Procure por produtos de limpeza que você não utiliza mais e desfaça-se deles;
• Sempre leia os rótulos e bulas e siga corretamente as instruções ao dar remédios às crianças, baseando-se em seu peso e idade. Use apenas o medidor que acompanha as embalagens de medicamentos infantis;
• Nunca se refira a um medicamento como “doce”. Isso pode levar a criança a pensar que o remédio não é perigoso ou que é agradável de comer;
• Não misture produtos químicos ou de limpeza. Essa nova mistura pode ser nociva e mais tóxica do que os itens sozinhos;
• Evite o uso de produtos de limpeza sem qualquer garantia de qualidade e segurança;
• Mantenha plantas caseiras longe do alcance das crianças;
• Supervisione as crianças se elas estiverem em algum lugar que as plantas não puderem ser removidas;
• Ensine as crianças que elas não podem comer nada a menos que os pais ou quem estiver cuidando delas dê a elas;
Fonte: https://criancasegura.org.br/
Dra. Marith Berber
Pediatra e Intensivista
CRM 113.494 / RQE 29.387 / RQE 29.387-1